“O Clube do Filme”

A dica de hoje foi dada pela escritora e entusiasta Martha Medeiros, publicada em seu blog sobre o livro O Clube do Filme, de David Gilmour:

"Pra quem gosta de cinema, é um deleite. Pra quem gosta de cinema e vida pulsante, é um deleite duplo. É uma história real do autor. Ele tem um filho chamado Jessé; que aos 16 anos, não queria nada com a escola. Era um garoto inteligente, mas totalmente desinteressado pelos estudos. Tirava notas péssimas e estava a ponto de levar bomba. Estava na cara que o garoto nunca iria se motivar, então o pai tomou uma atitude radical. Propôs ao guri: quer largar o colégio, largue! E não precisa trabalhar. Mas em troca, você vai ter que assistir a 3(três) filmes por semana comigo. Filmes que eu indicar, e tem que assistir até o final. Ou isso, ou nada feito. O guri topou na hora!
O próprio pai questionou muitas vezes essa sua atitude. Não estaria pavimentando o fracasso do seu filho? Não estaria sendo irresponsável? Ou simplesmente preguiçoso? Cheio de dúvidas, resolveu ir adiante. E aí que a gente começa a entender como há outras formas de se resgatar uma pessoa que está à toa na vida.
É bárbaro ver pai e filho comentando filmes que a gente já viu, ou que já ouviu falar: dá vontade de correr pra locadora mais próxima. Mas o bacana é ver a importância do tempo compartilhado entre os dois. Cada filme, abre o leque para se discutir sobre diversos assuntos: namoradas, drogas, música, dor-de-cotovelo, trabalho, amizades, tudo! As inseguranças do garoto em relação às mulheres são tratadas com muita delicadeza e realismo. Geralmente nos deparamos com personagens exalando virilidade e autoconfiança, quando sabemos que adolescentes entre os 16 e 18 anos não sabem direito como lidar com a rejeição e com essas novas garotas donas do mundo. O livro é sobre a dificuldade e a emoção de crescer, de virar um adulto. Agora imagine aprender um pouco da vida com seu pai através dos comentários dele sobre Clint Eastwood, Jack Nicholson, Sharon Stone, Woody Allen, Marlon Brando, Tarantino...e há espaço pra todos os gostos: terror, suspense, westerns, trash, blockbusters.. uma verdadeira viagem!” É um livro engraçado, terno, verdadeiro e não tem nada de didático, também não é para cinéfilos profissionais: é para todos nós, leigos e apaixonados pela sétima arte."