terça-feira, 26 de maio de 2009

A PASSEATA DO AMOR

A passeata do Movimento dos Sem Namorados, realizada no centro do Rio de Janeiro na semana passada, certamente marcou uma nova etapa na eterna busca de homens por mulheres. Cerca de 200 manifestantes marcharam ao som da banda do bloco de Carnaval Cordão da Bola Preta com o objetivo de encontrar a paixão de suas vidas. Como disse uma senhora já de certa idade e que ali estava: “Passei a vida inteira solteira porque a família me prendia, agora que enterrei todo mundo quero namorar” (ADOREI!! ).É um desejo quase universal: encontrar o príncipe encantado ou a princesa encantada. Encontram-se, apaixonam-se instantaneamente, enfrentam algumas dificuldades (que só servem para estimular ainda mais a paixão) casam-se e, e idealmente são felizes para sempre. É a saga do amor romântico, que emergiu no Ocidente no começo da modernidade.
Mas nem sempre foi assim. No passado, jovens casavams-se com a pessoa que seus pais escolhiam, (como é mostrado hoje pela novela Caminhos das Índias) e esta escolha muitas vezes correspondia a pactos entre famílias. E muitos rapazes e moças aceitavam com resignação esse destino, da mesma forma como aceitavam trabalhar na propriedade agrícola ou no estabelecimento comercial do pai ou, no caso das mulheres, a vida de dona-de-casa. Enquanto as populações eram pequenas e viviam em aldeias, o arranjo do casamento era um processo fácil. Mas nas cidades grandes isso foi ficando cada vez mais difícil. Onde arranjar o par conveniente para o filho ou filha? Surge assim a figura, não raro pitoresca, do "casamenteiro ou da casamenteira". Uma pessoa intermediária, que sabia “vender” potenciais noivos ou noivas, apregoando qualidades pessoais ou riqueza da família; uma figura pitoresca, que inspirou livros, peças teatrais e até um famoso musical "Hello, Dolly". De qualquer jeito, porém, era um casamento arranjado, e a decisão a respeito quase sempre ficava com os pais do rapaz ou da moça. Lá pelas tantas.. os jovens cansaram disso e resolveram escolher a pessoa com quem quizessem namorar e casar. O que certamente foi um progresso e tanto!! Mas de novo o problema surgiu: "Como encontrar o príncipe ou a princesa encantados?"
Daí volta à cena o casamenteiro, desta vez eletrônico: são os sites que agora se encarregam de colocar as pessoas em contato. O ParPerfeito, anuncia que tem mais de 12 milhões de usuários cadastrados, e que cerca de 10 mil pessoas se cadastram a cada dia. Mas o método tem seus problemas.. afinal de contas, é um contato à distância, baseado em informações cuja veracidade nem sempre pode ser checada. Surpresas desagradáveis acontecem, sem falar no medo e na timidez de muitas pessoas. Não é de admirar, portanto, que a passeata do Movimento sem Namorados no Rio tenha sido organizada exatamente pelo site ParPerfeito. Ao fim e ao cabo, nada substitui o contato pessoal. Adão e Eva formaram um casal sem recorrer a site algum, sem depender de comunicação indireta. Ao contrário, quando uma intermediária entrou na vida deles, a serpente, o resultado foi desastroso. Intermediários? Só para fazer a apresentação inicial. Daí em diante, que falem os corações.

3 comentários:

Aline G Mello disse...

Lisa, obrigada de coração pelas palavras carinhosas. Eu é que fico feliz por saber que gostam do que escrevo.
Espero vc sem falta aqui no Rio, viu?

Aline G Mello disse...

Lisa,
acho que nunca teria coragem de participar de uma passeata dessas, mas confesso que já fui cadastrada naquele mesmo site (o Par Perfeito). Diferente do que muita gente pensa, é possível conhecer gente legal por lá. Claro que existem mentirosos, metidos, mal educados, mas também há pessoas incríveis. Ou seja, é igualzinho ao "mundo real".
Lembra do meu ex que escreveu aquele famoso bilhete? Advinha como o conheci? Foi um grande amor. Também o relacionamento que terminei há uns 3 meses foi com um gatinho que conheci on line. Mês que vem faz 1 ano que nos conhecemos e ele ainda mora no meu coração.
É claro que não fico restrita a relacionamentos virtuais, gosto de sair e conhecer gente nova, mas, parodiando a canção QUALQUER MANEIRA DE CONHECER UM AMOR VALE A PENA.
Beijos mil!

Lisa Nunes disse...

Aline, eu também sou a favor desta paródia, acho que toda forma de conhecer pessoas vale a pena, (contando que a alma não seja pequena *misturei com o poeminha do Mário Quintana). Eu por exemplo, conheci meu namorado assim, via web e estamos juntos a 3anos. E viva a internet,uhuhuuh.. viva ao amor!!! mais beijos pra você e obrigada pelos comentários sempre tão fofos