Estamos todos entristecidos com o terremoto na região de Abruzzo, na Itália, o qual comoveu todo o mundo, não somente os filhos da Itália. Gostaríamos de estar presentes, com palavras de solidariedade, para aliviar o sofrimento dos nossos irmãos. As cidades da região de Abruzzo parecem um ramalhete de flores petrificado, uma ferida aberta no coração da humanidade.As tragédias são antigas como o mundo, porém o coração do mundo não deveria ser tão frágil. A Itália é o nosso ponto de referência sentimental. Queremos vê-la protegida e conservada eternamente. Talvez tenha chegado o momento de refletir: O que estamos fazendo com o nosso planeta? Já deu para entender que a natureza chegou ao seu limite, o cosmos nos fala por meio de catástrofes climáticas e a Península Italiana é uma flor feita de história e jóias culturais, colocadas estrategicamente no coração do mundo, entre oceanos ameaçadores, obrigados a receber todas as águas das geleiras que derretem, hoje e futuramente, com o aquecimento global. O sofrimento do povo italiano nos entristece não somente por causa da perda dos nossos compatriotas, mas também pela perda da história arquitetônica e cultural de uma enciclopédia viva e irrecuperável que é a cidade de Áquila. Diante do horror de cenas dramáticas, um sentimento de misericórdia nos invade, concluímos de uma vez por todas: O mundo precisa mudar! A humanidade é convidada a tomar um caminho diferente. Devemos acima de tudo priorizar o cuidado com o meio ambiente, a ecologia e o bem-estar de todos; utilizar o progresso tecnológico e a ciência para proteger os homens e a natureza, em detrimento do progresso econômico monstruoso e arrogante; o que vemos é o egoísmo de poucos a serviço da destruição da humanidade. Este novo caminho é possível, mas será longo e difícil, digno de homens corajosos e humildes, empenhados na construção de uma nova mentalidade, de uma nova relação com a natureza e a definição das verdadeiras necessidades do ser humano.